A dicotomia entre ensino implícito e explícito é amplamente utilizada no âmbito da Linguística Aplicada (GAUTHIER; BISSONNETTE; RICHARD, 2014; FREITAS, 2014; ELLIS, 2009; NORRIS; ORTEGA, 2000; DOUGHTY; WILLIAMS, 1998), porém, no Brasil, ainda é pouco explorada. Diante disso, o presente estudo tem como objetivo apresentar uma investigação empírica que teve como foco analisar os efeitos da adoção de técnicas implícitas e explícitas sobre o desenvolvimento de sensibilidade sociolinguística em aprendizes de italiano. Como procedimento metodológico, foi feita uma coleta de dados em dois grupos de alunos – um que recebeu instrução implícita e outro, explícita – em dois momentos distintos: antes e depois de tratamento didático. Nessas ocasiões, os alunos realizaram testes nos quais deviam identificar a variedade linguística em excertos de gêneros textuais autênticos, oferecendo justificativas para as escolhas. O confronto dos resultados nesses dois momentos mostrou que o grupo implícito acertou mais, todavia reconheceu uma quantidade menor de fenômenos marcados sociolinguisticamente, enquanto o grupo explícito acertou menos que o grupo implícito, mas reconheceu uma quantidade maior de fenômenos linguísticos associados às variáveis, o que permite avançar a hipótese de que ambos os tipos de instrução desenvolveram a competência sociolinguística, ainda que a de tipo explícito tenha sido aquela que gerou maior impacto na capacidade de observação das variáveis.