Identificação do perfil de usuários de um restaurante popular do município de Campinas

Abstract

Os restaurantes populares são unidades de alimentação e nutrição destinadas ao preparo e comercialização de refeições saudáveis, ofertadas a preços acessíveis à população, que devem localizar-se preferencialmente em grandes centros urbanos. Tais restaurantes devem proporcionar a complementação alimentar dos grupos mais vulneráveis que, por falta de tempo ou recursos, não conseguem ter acesso a uma refeição saudável pelo menos uma vez por dia. O objetivo da pesquisa foi conhecer o perfil de usuários de um restaurante popular do Município de Campinas e refletir sobre a contribuição do restaurante popular para a segurança alimentar e nutricional dos usuários. Trata-se de um estudo transversal, o qual entrevistou 129 usuários. A partir de um questionário estruturado com questões de múltipla escolha, delineou-se o perfil dos usuários. A coleta dos dados foi realizada nos meses de agosto e setembro de 2008. A média de idade dos usuários é de 47,7 anos, sendo que 41% possuem trabalho remunerado; 15,5% têm como única refeição o almoço adquirido no "Restaurante Bom Prato" e possuem em média renda familiar de 2,4 salários mínimos. Observou-se que 94,6% dos entrevistados consomem carne, 88,4% consomem frutas e 90,3% verduras e/ou legumes no restaurante Bom Prato, enquanto que no jantar em casa apenas 58,9% consomem carne, 28,7% frutas e 41,5% verduras e/ou legumes. Concluiu-se que o "Restaurante Bom Prato" é importante para a segurança alimentar e nutricional de seus usuários, pois proporcionou à amostra, uma maior variedade de grupos de alimentos no almoço comparada ao jantar em casa e também comparada ao tipo de refeição realizada pelos pesquisados antes de sua inauguração.Palavras-chave: restaurante Bom Prato, restaurantes populares, segurança alimentar e nutricional.Identifying the users' profile of a "Restaurante Popular" in the city of CampinasRestaurantes Populares are food and nutrition units for the preparation and sale of healthy meals, offered at affordable prices to the population, which should preferably be located in large urban areas. These restaurants must provide complementary nutrients to vulnerable groups which, due to lack of time or means, do not have access to at least one healthy meal a day. The aim of this study was to define the profile of users of the Restaurante Popular in the city of Campinas and reflect on its contribution for the food security and nutrition of the users. This is a cross-sectional study that interviewed 129 customers. The profile of the restaurant's customers was outlined from a structured questionnaire. The data was collected from August through September 2008. The average age of the customers was 47.7; 41% were employed; 15.5% had only one meal per day, secured at the Restaurante Popular, and the average income of the sample was 2.4 Minimum Wages. It was observed that 94.6% of the customers consumed meat, 84.4% consumed fruits and 90.3% vegetables at the Restaurante Popular during lunch time, while at home, the intake of meat, fruits and vegetables declined to 58.9%, 28.7% an...

Perfil Socioeconômico, Demográfico E Alimentar Dos Usuários Do Restaurante Popular De Juiz De Fora - Mg

“…Esses resultados diferem da pesquisa para identificar e avaliar o perfil dos usuários de RPs, realizada, em 2008, pelo Centro de Estudos de Opinião Pública (CESOP)/ Fundação de Desenvolvimento da Unicamp-FUNCAMP e encomendada pelo MDS do restaurante de Belo Horizonte (rodoviária) e do RP do município de Campinas, na qual foi verificada maior frequência de pessoas do sexo masculino. 6,11 Esse maior número de mulheres pode ser explicado pela pirâmide etária populacional de Juiz de Fora, na qual, na faixa etária de 45 a 49 anos, o número de pessoas do sexo feminino é bem maior que o do sexo masculino.…”

“…6 Segundo o estado civil, a maioria dos usuários, 43,2% (n=115), relatou ser solteira, o que pode ser explicado devido ao fato de as pessoas que procuram o restaurante para se alimentar normalmente não possuírem alguém para preparar suas refeições. 13 A maioria dos usuários do restaurante, 88,7% (n=236), residia em Juiz de Fora e 11,3% (n=30), em outros municípios, mostrando que mesmo com a maioria dos frequentadores sendo moradores da cidade, o restaurante ainda recebia pessoas de outros municípios para almoçar.…”

“…Esses resultados são semelhantes aos da pesquisa do RP de Campinas, na qual os dois meios de locomoção mais utilizados eram o ônibus (75,2%) e a pé (23,3%). 6 Quase metade dos usuários não precisava utilizar meios de transporte para chegar ao RP, indicando que a localização do mesmo é favorável para os frequentadores, e está de acordo com o relatado no roteiro para implantação de RP de 2007, no qual é estabelecido que os locais de implantação devem garantir que os usuários não tenham que utilizar meios de transporte para os deslocamentos no horário de almoço e devem se localizar em áreas centrais das cidades, que, de preferência, também sejam próximas a locais de transporte de massa. 4 Quanto à escolaridade, 45,1% (n=120) dos usuários tinham cursado do 1º ao 3º grau do ensino médio, semelhante ao verificado pela pesquisa encomendada pelo MDS (2008), que constatou que a maioria dos usuários concluiu e/ou iniciou o ensino médio.…”

“…5 Nesse contexto, é importante conhecer o perfil dos usuários dos RPs a fim de compreender suas necessidades para um adequado planejamento do cardápio, das instalações e funcionamento das unidades e comprovar a eficiência do programa quanto a sua cobertura. 6,7 Diante disso, o objetivo do presente estudo foi descrever o perfil socioeconômico, demográfico e alimentar dos usuários do RP da cidade de Juiz de Fora -MG, além de investigar a frequência e os motivos que os levam a frequentá-lo.…”

“…6,18 De acordo com alguns dos resultados encontrados, como a escolaridade e a renda, podemos observar que o restaurante não abrange somente indivíduos com níveis socioeconômicos muito baixos, mas um público diversificado, que encontra no RP uma opção para se alimentar de forma adequada por um preço justo. E segundo a pesquisa encomendada pelo MDS (2008), que encontrou perfil semelhante em seus entrevistados, esse resultado deve ser interpretado como um desdobramento e não como uma mudança do objetivo principal do programa, e que a rotulagem desses frequentadores como sendo de baixa renda tende a estigmatizar os pobres que utilizam esse programa, criando nas demais classes sociais uma visão negativa dessas políticas.…”