A violência doméstica contra as mulheres no Brasil necessita ser discutida no âmbito da saúde, desde o nível acadêmico. Este artigo teve o objetivo de investigar o preparo dos discentes da saúde, no munícipio de Marabá-Pará, no atendimento de mulheres vítimas de violência doméstica. Tratou-se de um estudo transversal e quantitativo. Os dados foram coletados via questionário aplicado. Os documentos foram elaborados na plataforma de formulários Google e enviados por aplicativo de mensagens. O questionário possuía 22 itens objetivos, avaliando o perfil epidemiológico dos participantes e o conhecimento adquirido sobre a temática. Entre os 49 questionários respondidos, notou-se que os participantes eram, em maioria, do sexo feminino, cursavam o 8º semestre e estavam na faixa etária de 21 anos. Quanto ao preparo acerca do atendimento das vítimas, 69,4% estudaram sobre a temática em alguma disciplina da graduação e esse contato ocorreu, principalmente, em Saúde da Mulher (44%) e em Enfermagem no cuidado à Saúde da Mulher (63,3%). A respeito da aquisição de preparo psicológico para lidar com as vítimas durante a graduação, 63,3% responderam que não adquiriram. Quanto à noção sobre as ações legais em suspeita de violência contra mulher, 71,4% dos alunos responderam que conhecem “algumas, mas não todas”, e apenas 16,3% responderam que sim. De forma geral, muitos estudantes não se sentem aptos para realizar o atendimento das vítimas e apontam como principal proposta de melhoria dessa situação a inclusão da violência contra a mulher no PPC (Projeto Pedagógico do Curso) das graduações da saúde.