Objetivo: Realizar análise temporal das tentativas de suicídio no agreste alagoano. Método: Estudo de abordagem quantitativa com análise documental descritiva, realizado em um hospital de emergência localizado na cidade de Arapiraca, no estado de Alagoas, Brasil. Os dados foram obtidos mediante Ficha de Notificação Individual de Violência Interpessoal e Autoprovocada e Ficha de Notificação de Intoxicação Exógena, relacionadas aos pacientes atendidos por tentativas de suicídio no hospital, entre 2009 e 2017. Resultados: Durante o período de estudo, foi identificado um total de 4.704 atendimentos por tentativas de suicídio. As mulheres (70,4%) tentaram mais suicídio que os homens (29,6%) e as tentativas foram mais frequentes em adolescentes e adultos jovens entre 15 e 39 anos (75,9%), com baixa escolaridade (23,1%), autodeclarados pardos (25,9%) e solteiros (16,5%), ocorrendo sobretudo, nos meses de outubro, novembro (ambos com 9,6%) e dezembro (10,1%). O método mais utilizado foi a intoxicação exógena por envenenamento (94,6%). Houve diferença significativa entre as médias de tentativa de suicídio por mês ao ano (p= 0,000), faixa etária (p= 0,023) e método de envenenamento (p= 0,000). Conclusão: Entre 2009 e 2017 encontrou-se um número semelhante de casos ao longo dos anos, demonstrando que nenhuma medida preventiva foi implementada pelo serviço de saúde no município. Faz-se necessária a articulação entre a Rede de Atenção Psicossocial para fortalecimento do cuidado na prevenção do suicídio, por meio de intervenção realizada por uma equipe multidisciplinar.