The use of space by the resident population of estuarine dolphins (Sotalia guianensis) in Norte Bay, southern Brazil was studied by boat surveys between 2000 and 2003. Data such as the geographical position and group size was collected at 5-minute intervals using focal-group sampling. The distribution and seasonal and daily group home-ranges were estimated using a GIS (Geographic Information System) environment. The dolphins did not use the area homogeneously, restricting their activities to a well-defined area located in the western part of the bay, while the use of the eastern part was not observed. A discrepancy between the Environment Protection Area of Anhatomirim, created especially to protect this population and the distribution of the dolphins was observed. Seasonal group home-range varied both qualitatively and quantitatively among the four consecutive seasons analyzed. The dolphins tended to use a larger area in cold seasons, when apparently the abundance of major prey items is lower. Core areas of intense use were identified, and also varied seasonally. These core areas may be regarded as critical habitats and require special legislation and control. The mean daily group home-range did not differ statistically among seasons. The present study corroborates a spatially strict residency pattern of the estuarine dolphin in highly productive coastal ecosystems.Keywords: distribution, home-range, seasonality, Cetacea, Norte Bay.Variação sazonal no uso espacial pelo boto-cinza, Sotalia guianensis (Cetacea; Delphinidae) no seu limite sul de distribuição
ResumoA utilização espacial pela população residente de botos-cinza, Sotalia guianensis, na Baía Norte de Santa Catarina, Sul do Brasil, foi estudada por meio de saídas de barco realizadas entre 2000 e 2003. Dados como posição geográfica (GPS) e tamanho de grupo foram obtidos utilizando-se o método de grupo focal. A distribuição e a área de vida diária e sazonal do grupo foram estimadas por um SIG (Sistema de Informações Geográficas). O uso do espaço pelos botos foi heterogêneo, restringindo suas atividades a uma área bem definida, localizada na parte oeste da baía, enquanto a utilização do lado leste não foi observada. Observou-se uma discrepância entre a distribuição dos botos e a Área de Proteção Ambiental de Anhatomirim, criada especialmente para proteger esta população. A área de vida sazonal do grupo variou tanto qualitativamente como quantitativamente nas quatro estações do ano consecutivas estudadas. Os botos tenderam a utilizar uma área maior nas estações frias do ano, quando a abundância de suas presas potenciais parece ser menor. Identificaram-se áreas de maior concentração de indivíduos, que também tiveram variação sazonal. Estas áreas de concentração podem ser consideradas hábitats críticos e exigem controle e legislação especial. Não houve uma diferença sazonal significativa nas áreas de vida diária do grupo de botos nas diferentes estações do ano estudadas. Os resultados deste trabalho apontam para um padrão de residência espacialmente r...