Há diversos tratamentos para a infecção anal pelo papilomavírus humano (HPV). Os mais comuns são as medicações tópicas (podofilina, ácido tricloroacético e podofilotoxina), os procedimentos cirúrgicos (ablação elétrica, LASER, coagulação pelo infravermelho, crioterapia e excisão cirúrgica) e os imunomoduladores (imiquimode, resiquimode e interferon).O imiquimode, derivado da família imidazoquinolina (1-[2-metilpropil)-1H-imidazo-[4,5-c]-quinolin-4-amina), é quimioterápico e imuno-estimulante com atividade antitumoral e antiviral. (1,2) Tem ação imunomoduladora, através da atividade agonista no receptor 7 dos monócitos, macrófagos e células dendríticas (Langerhans), ativando a imunidade inata e a celular (Th1) pela indução das citocinas pró-inflamatórias como interferon alfa, fator de necrose tumoral alfa e interleucinas 1, 6, 8 e 12. Além disso, induz apoptose e ativa os linfócitos B, potencializando a resposta imunológica contra as células alteradas pelo HPV. (3)(4)(5)(6)(7)(8)(9)(10)(11) Aprovado para tratamento de condiloma anogenital em 1997, (12) foi liberado no Brasil pela Agên-cia Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) para uso em maiores de 12 anos e recomendado para aplicação externa. Porém, há descrição na literatura de uso em criança de nove anos com regressão completa da lesão condilomatosa. (13) O imiquimode na gestação é considerado categoria B pelo Food and Drug Administration, não sendo recomendado por não haver estudos controlados em gestantes. O resiquimode, derivado do mesmo grupo farmacológico, ainda não teve seu uso autorizado.A medicação é aplicada (após instrução médi-ca) em esquema domiciliar, digitalmente em toda borda anal, pela própria pessoa ou acompanhante. Aplica-se um envelope três vezes por semana, em noites alternadas, antes de dormir, lavando-se bem pela manhã, durante oito a 16 semanas.Algum grau de eritema local ocorre naqueles que aderem ao tratamento, decorrente da liberação das citocinas pró-inflamatórias, como parte do mecanismo