O presente trabalho visa refletir sobre a maternidade como espaço de aprisionamento das mulheres-mães, constituindo o que se postula como o cativeiro da maternidade. As instituições disciplinares a fim de manter as mulheres-mães cativas nesse espaço, funcionam como um dispositivo (FOUCAULT, 2004; 2014) da maternidade, vigiando e controlando comportamentos, atitudes e modos de subjetivação das mulheres-mães. Para tal, o dispositivo emprega estratégias de pedagogização, especialmente através da mídia. Desse modo, além de promover reflexões à luz das discussões de Lagarde (2005), Badinter (1985) e Gilligan (2013), o trabalho se utiliza de relato de experiência e de entrevistas em profundidade com mulheres-mães para, sob a ótica da epistemologia feminista, analisar a maternidade para além do determinismo biológico feminino. Como consequência disso, percebe-se que a mulher-mãe vivencia seu maternar e a maternagem a partir de subjetividades controladas e para atender o modelo ideal de maternidade e assim, ser legitimada como boa mãe.