No Brasil, a detecção precoce do câncer de colo uterino é recomendada através da realização periódica do exame citopatológico. A Portaria 3.388/2013 (QualiCito) determina padrões e propõe a análise de indicadores para monitoramento da qualidade dos exames. O objetivo deste estudo foi avaliar os indicadores de qualidade dos exames citopatológicos realizados no município de Caruaru-PE, em 2019. Os dados foram obtidos a partir dos registros de exames no Siscan, tabulados em Excel e foram calculados os indicadores de qualidade propostos pelo Ministério da Saúde. Dos 17.316 exames realizados, 226 (1,3%) foram rejeitados na fase pré-analítica e 370 (2,1%) foram insatisfatórios para avaliação. O erro de identificação de amostras e excesso de piócitos foram as causas principais de rejeição pré-analitica e avaliação insatisfatória. Dos 16.824 exames satisfatórios, o índice de positividade foi de 9,4%, o índice atipia/exames satisfatórios foi 6,5%; atipias /exames alterados 68,9%, razão atipias/lesões 3,2% e o percentual de Hsil foi 0,4%. O índice de positividade apresentou-se no limite superior de referência (3 a 10%). Os indicadores relacionados a categoria ASC apresentaram valores acima da referência. Má fixação do material na coleta ou dificuldade dos profissionais que realizam a leitura das lâminas em interpretar as células podem interferir na análise e refletir em elevação dos índices. Os resultados ressaltam a necessidade de treinamento e reciclagem dos profissionais envolvidos na coleta e diagnóstico. O monitoramento periódico da qualidade nos laboratórios de citopatologia é fundamental para a melhoria da qualidade do serviço prestado à população.