A puberdade é a fase da vida em que ocorrem modificações biológicas e comportamentais na criança, com desenvolvimento da capacidade reprodutiva. No sexo genético feminino, o processo de maturação gonadal ocorre entre 8-13 anos e no sexo masculino, entre 9-14 anos, sendo precoce quando ocorre antes dos intervalos normais. Os mecanismos neuroendócrinos que determinam essa maturação, são determinados geneticamente e modulados por sinais endógenos e ambientais. Considerando os inúmeros impactos na vida das crianças causados pelo período da pandemia da COVID-19, o objetivo do presente estudo foi realizar uma revisão da literatura integrativa, avaliando as pesquisas que associam relações causais entre puberdade precoce e o período da pandemia, no Brasil e no mundo, no primeiro semestre de 2022. Os descritores utilizados (DeCS) foram: puberdade precoce e covid-19, em português; e seus correspondentes em inglês e em espanhol. As bases de dados utilizadas para pesquisa dos textos foram PubMed, Scielo e Google acadêmico. Todos os artigos pesquisados referenciam ocorrência de puberdade precoce em meninas e buscam associar fatores como confinamento, aumento do tempo ocioso, distanciamento social, diminuição de exercícios, mudança de hábitos de sono, transgressões alimentares e uso de telas digitais com aumento do índice de massa corporal, um conhecidamente fator indutor da puberdade. Fatores como alterações nos mediadores nervosos centrais, aumento das catecolaminas e fatores desreguladores endócrinos podem também ser a explicação para esse fenômeno, segundo alguns autores. Concluímos que o aumento da frequência de puberdade precoce, associada a pandemia de COVID-19, aponta para a necessidade de estudos mais aprofundados, considerando que a puberdade precoce traz consequências psicológicas, físicas e para a qualidade de vida do ser humano. Ainda, será necessário acompanhar se esse aumento da frequência de puberdade precoce e mantém após o período de pandemia.