Objetivo: Este estudo teve por objetivo analisar se a introdução de market makers nas negociações das ações de empresas brasileiras listadas na bolsa de valores brasileira, é uma medida válida para a elevação da liquidez de mercado desses ativos.
Metodologia: Foi realizado o teste de quebra estrutural de Chow nas séries temporais das proxies de liquidez spread médio, índice turnover e volume financeiro, em uma amostra de 55 ativos. Optou-se por considerar dados na janela de 260 dias antes e 260 dias após o início da atuação do market maker, por representar o número aproximado de pregões em um ano, e por evitar conclusões errôneas devido à volatilidade do mercado brasileiro.
Resultados: Os resultados evidenciaram que após a introdução dos market makers e considerado um nível de confiança de 99%, 67% dos ativos estudados tiveram mudanças abruptas e estatisticamente significativas no spread médio, 47% apresentaram mudanças abruptas no turnover e 60% tiveram mudanças no volume de negociação. Flexibilizando o nível de confiança para 95%, 76% dos ativos estudados apresentaram mudanças abruptas no spread médio, 65% tiveram mudanças no turnover e 69% apresentaram mudanças no volume de negociações. Ao nível de confiança de 90%, os resultados encontrados foram de 85% dos ativos apresentando mudanças abruptas no spread médio, 78% apresentando mudanças no turnover e 73% apresentando mudanças abruptas e estatisticamente significativas no volume negociado.
Contribuições do Estudo: Esse quadro fornece portanto, fortes evidências sobre a atuação dos market makers e a influência que esses agentes exercem na liquidez de mercado dos ativos negociados pela bolsa de valores brasileira, ao demostrar que, a sua contratação pode aumentar a liquidez e contribuir de forma significativa com as negociações dos ativos.