RESUMO Objetivo analisar a autopercepção de fadiga vocal de professores e sua relação com a quantidade de fala e loudness, distúrbio vocal, uso de máscara e condições de trabalho. Método estudo multicêntrico, exploratório, observacional, analítico e transversal, do tipo websurveys, no período do ensino remoto emergencial. Participaram 263 professores da rede pública das cidades de Belo Horizonte, Campinas, São Paulo e Salvador, que atuavam na educação básica. A coleta de dados foi entre fevereiro e agosto de 2021. O formulário do Google foi enviado com questões sociodemográficas, de trabalho e saúde, uso de máscara facial, além dos protocolos de autoavaliação Índice de Triagem para o Distúrbio de Voz, Grau de Quantidade de Fala e Intensidade Vocal e Índice de Fadiga Vocal. Resultados a maioria dos professores apresentou suspeita de distúrbio vocal (55,9%) e percebeu fadiga vocal (83,7%), com boa recuperação da voz após repouso (74,5%). Houve associação estatística entre a fadiga vocal autopercebida com suspeita de distúrbio vocal (odds ratio:25,64 /intervalo de confiança: 95% 7,60-86,45) e trabalhar no ensino médio (odds ratio:0,35 / intervalo de confiança: 95%:0,16-0,76). Conclusão os professores autorreferiram elevada prevalência de fadiga vocal, com recuperação satisfatória da voz ao ministrarem aulas on-line durante a pandemia. A presença de distúrbio vocal aumentou a chance de sintomas de fadiga vocal autopercebidos e trabalhar no ensino médio reduziu essa chance.