O artigo tem por objetivo relatar investigação-ação realizada com grupos de mães de pessoas com deficiência intelectual, visando contribuir para a melhoria na qualidade de vida e na ressignificação de seus projetos de vida. A investigação-ação foi realizada com dois grupos, sendo que em um deles realizou-se 24 encontros durante oito meses, e, no outro, foram realizados 12 encontros durante quatro meses. Foram registrados todos os encontros, através de observações sistemáticas, e realizada a análise de conteúdo e dos principais fenômenos grupais, além de avaliação da percepção de mudança após finalização da experiência. No início da pesquisa, observou-se resistência por parte das mães em relação ao tema projeto de vida como consequência de dificuldades pouco trabalhadas em relação à capacidade de seus filhos. Isto é, observou-se que as mães ofereciam poucas possibilidades de seus filhos desenvolverem autonomia e independência para atividades da vida diária, causando sobrecarga às mesmas, enquanto cuidadoras. Assim, o foco da investigação-ação foi discutir sobre atividades concretas que pudessem gerar autonomia, considerando os limites e as possibilidades dos filhos e questões relacionadas às vivências subjetivas das mães, tendo como disparador o Inventário de Habilidades de Vida Independente. Verificou-se que a reflexão sobre atividades diárias dos filhos, sobre formas de estimulação para maior independência e sobre estratégias que poderiam ser utilizadas para o filho desenvolver determinado comportamento, além de reduzir a sobrecarga, constitui-se em um projeto de vida para as mães.