Implementação da política de inclusão financeira no Brasil: interações entre cooperativas de crédito e atores governamentais

Abstract

O presente artigo tem por objetivo compreender como são estabelecidas as interações entre as cooperativas de crédito, enquanto atores não estatais atuando no processo de implementação da Política de Inclusão Financeira, e os atores estatais, coordenadores dessa política pública. A metodologia se guiou pelos procedimentos da pesquisa qualitativa, com levantamento de dados primários, sendo realizadas entrevistas semiestruturadas com cooperativas de crédito (atores implementadores) e órgãos governamentais (atores coordenadores). Os dados foram analisados por meio da análise de conteúdo. A pesquisa revelou que as cooperativas de crédito envolvidas influenciam de forma efetiva não apenas a implementação, mas também a formulação da política para a inclusão financeira e que as interações mantidas entre elas e os coordenadores da política, principalmente o Banco Central do Brasil (BCB), são fortes e ocorrem num processo de cooperação, com objetivos e interesses comuns de promover a adequada inclusão financeira da população brasileira.

A atuação das cooperativas de crédito em prol da inclusão financeira: estudo de caso comparado

“…A existência dos programas correntes garante que a educação financeira ocorra o ano inteiro nas instituições e confirma o que Ferreira e Silva (2015) disseram acerca do esforço delas para promover a educação financeira, seguindo assim os princípios cooperativistas. Ademais, a grande representatividade delas na semana ENEF reforça a política do Banco Central de fomento a educação financeira, garantindo o que Greatti (2017) e o próprio BCB (2011) comentaram acerca da conscientização e uso sustentável de recursos financeiros serem importantes instrumentos de saúde financeira e muito benéfica para sociedade, destacando as cooperativas de crédito como as principais promotoras de educação financeira no país.…”

“…Elas têm como finalidade oferecer serviços financeiros, como crédito e depósitos adequados as demandas da população, e devido ao impacto que geram sobre os seus associados são agentes cruciais na inclusão financeira (GREATTI, 2017).…”

“…O Banco Central garante que para ser bem-sucedida a inclusão deve estar acompanhada da educação financeira, área em que as cooperativas de crédito também atuam de modo a proporcionar a conscientização da população no que diz respeito à utilização de recursos (BCB, 2011). Isso contribui para que a utilização dos produtos e serviços promovidos seja sustentável e benéfico a todos, e permitindo aos cooperados terem uma vida saudável no longo prazo, como também ter a possibilidade de poupar e evitar dívidas incontroláveis (GREATTI, 2017).…”