Introdução: levando em consideração a prevalência da polifarmácia na pessoa idosa, objetiva-se analisar o perfil medicamentoso e a prevalência de fatores asso-ciados à polifarmácia em idosos assistidos por uma Unidade de Saúde da Família de Vitória-ES. Materiais emétodos: estudo observacional transversal com 236 idosos e dados obtidos através de entrevista domiciliar com coleta de características socio-demográficas, comportamentais e de saúde. A polifarmácia foi considerada a partir do uso contínuo de 5 ou mais fármacos e a classificação dos medicamentos foi feita de acordo com o Anatomical Therapeutic ChemicalClassification System feito pelo World Health Organization Collaborating Centre for Drug Statistics Methodolog y. Realizou-se o teste Qui-Quadrado de Pearson. Resultados: os medicamentos mais utilizados pelos idosos correspondem a drogas com ação nos sistemas cardiovascular (48,7 %) e digestório e metabólico (21,5 %). A prevalência da polifarmácia foi de 37,7 % e os fatores associados foram idade de 75 anos ou mais (56,9 %), não sair de casa sozinho (55,3 %), presença de multimorbidade (51,3 %), ausência de hábitos alcoólicos (41,5 %) e autoavaliação negativa de saúde (45,9 %). Conclusão: a alta prevalência da polifarmácia pode estar relacionada com a cultura de automedicação e prescrições inadequadas por parte dos profissionais da saúde. O perfil medica-mentoso dos idosos diz respeito às principais doenças crônicas não transmissíveis prevalentes no país, como hipertensão arterial e diabetes mellitus. Em vista disso, é de suma importância medidas protetivas e preventivas para a saúde da pessoa idosa, de forma a diminuir a quantidade de medicamentos em uso e, com isso, restaurar a funcionalidade dos pacientes.