O cultivo da mandioca (Manihot esculenta Crantz) representa uma das culturas de maior importância socioeconômica no Brasil, pois desempenha um papel social na geração de emprego e renda de agricultores familiares e comunidades, que tem nessa atividade sua principal fonte de renda. Esse beneficiamento gera resíduos que, se não coletados e tratados adequadamente, podem causar danos ao meio ambiente. Na região do nordeste do Pará há vários empreendimentos agroalimentares, que beneficiam a mandioca. Assim, objetivou-se realizar um estudo sobre o processamento da mandioca nos empreendimentos agroalimentares do nordeste do Pará e de percepção em torno das iniciativas do processo de aproveitamento de seus resíduos. A pesquisa foi realizada por meio de visitas de campo, entrevistas com os agricultores, e alguns registros fotográficos. Foi aplicado um questionário constituído de perguntas abertas e fechadas, e a escolha dos entrevistados aconteceu por meio da técnica denominada snowball sampling (bola de neve). Após a coleta de dados, foi realizada uma avaliação quantitativa, possibilitando detectar que os empreendimentos beneficiadores de mandioca estudados da região nordeste do Pará não tratam adequadamente seus resíduos e o mais preocupante é o descarte da manipueira (efluente), por ser considerada uma solução tóxica, pela presença da linamarina, glicosídeo, característicos da planta da mandioca, potencialmente hidrolisável a ácido cianídrico. Mesmo sendo um material orgânico, devido ao acondicionamento inadequado, podem causar danos ao meio ambiente e a saúde pública.