RESUMOO Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), ao longo de suas três décadas de existência se constituiu como um dos movimentos sociais mais expressivos da história do Brasil, tanto por sua longevidade, quanto pelo alcance de suas mobilizações e atuação no cenário político brasileiro. Por suas concepções e posições políticas, o Movimento sempre se declarou oposição aos presidentes brasileiros, exceto, em relação ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nesse sentido, o artigo analisa as representações do MST sobre o presidente Fernando Collor de Mello, por meio do seu periódico, o Jornal Sem Terra, no período em que ocupou a presidência da República (1990República ( -1992. Por uma escolha metodológica as análises concentram-se nos editoriais do periódico, por serem espaços exclusivos da Direção Nacional, que o utiliza para falar em nome do Movimento. A ideia de representação, a partir das contribuições do historiador Roger Chartier, foi significativa para as reflexões do artigo. Ao longo do texto, evidencia-se que Collor foi representado como inimigo dos trabalhadores e da reforma agrária, bem como um presidente autoritário.
ABSTRACTThe Movement of Landless Rural Workers (MST), over its three decades of existence has been established as one of the most significant social movements in Brazil's history, both for its longevity, as for the reach of its mobilizations and performance in the Brazilian political scenario. From its poin ts of view and political positions, the Movement always stated opposition to Brazilian presidents, except in relation to President Luiz Inácio Lula da Silva. In this sense, the article analyzes the representations of MST concerning President Fernando Collor de Mello, through its journal, the Jornal Sem Terra, during the 1 Universidade Federal da Grande Dourados-UFGD