RESUMO:Objetivou-se com este trabalho mensurar a respirometria e a emissão de metano entérico por ovinos alimentados com o capim-elefante cortado aos 56, 84 e 112 dias de crescimento. Foram utilizados 18 carneiros adultos sem raça definida, com peso médio de 34,7 ± 6 kg alojados em gaiolas de estudo de metabolismo. A mensuração dos gases foi realizada através de uma câmara respirométrica de fluxo aberto. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado, com seis repetições, e as médias foram comparadas pelo teste SNK (P<0,05). Os animais alimentados com o capim colhido após 56 dias de rebrotação consumiram mais oxigênio e produziram mais dióxido de carbono e metano. As produções de calor variaram 87,19 a 143,57 Kcal/kg 0,75 /dia. O coeficiente respiratório foi semelhante entre os tratamentos, com valor médio de 0,98. A produção de metano variou entre 11,74 e 22,51 g/dia, havendo redução com o aumento da idade da planta forrageira. Quando expressa em g/kg 0,75 /dia, a produção deste gás foi superior para animais que receberam o capim-elefante-verde cortado aos 56 dias de idade (1,53 g/kg 0,75 /dia). A emissão de metano (g) por quilo de matéria seca (MS) e de fibra insolúvel em detergente neutro (FDN) consumido para o capim colhido mais novo (56 dias) foi superior à do capim colhido no estádio mais avanço de maturação (112 dias). Porém, as emissões de metano em gramas por quilo de MS digestível (27,2 g/kg) e FDN digestível (44,4 g/kg) foram semelhantes para os capins colhidos nas diferentes idades de corte. A emissão diária de metano (g/kg 0,75 /dia) foi maior em animais alimentados com a planta forrageira colhida mais nova, enquanto que se expressa em gramas por quilo de MS ou FDN digestível a emissão deste gás não sofreu influência do capim-elefante no momento do corte.
PALAVRAS-CHAVE:Calorimetria.Gases de efeito estufa. Ruminante.
INTRODUÇÃODevido ao elevado potencial de produção de massa de forragem e baixo custo, as gramíneas de clima tropical têm se mostrado como alternativa viável na produção de alimento nos sistemas de produção animal. Contudo, à medida que avança o estágio de maturação destas plantas forrageiras, observa-se aumento da produção de matéria seca, porém declínio de seu valor nutritivo. Esta diminuição da qualidade das forragens com o aumento da idade da planta ocorre principalmente pelas diminuições da relação folha/haste e da qualidade dos componentes da haste (NELSON; MOSER, 1994, WILSON;HATFIELD, 1997).Os ruminantes detêm a capacidade de converter plantas ricas em celulose (i.e.: materiais não digeridos por animais monogástricos) em carne, leite, lã e couro. No rúmen, a fermentação microbiana dos componentes dietéticos ingeridos converte os carboidratos em ácidos graxos de cadeia curta, principalmente ácidos acético (C2), propiônico (C3) e butírico (C4), que são fonte de energia para os ruminantes. Nesse processo fermentativo, ainda são produzidos CO 2 e íons hidrogênio em quantidades variáveis, dependendo da concentração e das proporções relativas dos ácidos produzidos ...