A percepção da qualidade de vida é importante para a promoção da saúde, sendo influenciada por aspectos bio-psicofuncionais e ambientais. O ciclo sono-vigília é um sistema comportamental complexo, tem papel relevante na manutenção da saúde e qualidade de vida. O sono tem múltiplas funções cerebrais, que, quando alteradas, podem desencadear mudanças no comportamento alimentar, incluindo saciedade e apetite. Diversos fatores modificam a qualidade de vida acadêmica, iniciativas, ações ou rotinas que impactam o padrão de sono e, consequentemente, os hábitos alimentares, estão entre os mais preocupantes. Objetivo: descrever o perfil da qualidade de vida em relação a satisfação com o sono e apetite relatados por universitários da área de saúde. Método. Trata-se de estudo transversal, realizado por meio de questionários, com uma amostra de universitários de uma Instituição de Ensino Superior da área de saúde. A variável de desfecho foi a percepção da qualidade de vida acadêmica em relação a satisfação com o sono e do apetite. Esta pesquisa obteve aprovação do Comitê de Ética do IMS/UFBA sob parecer nº 2.852.559, CAAE: 93456518.3.0000.5556. Resultados: Foram 239 universitários, sendo 158 (66.1%) mulheres, média de idade 22±3.53 anos. A razão entre qualidade de vida e insatisfação com o sono foi significante e positiva (p<0.048) cujo odds ratio foi de 1.831 (IC:1002-3346). A prevalência da insatisfação com o sono e apetite obteve significância de (p<0.03), sem predileção por idade ou sexo. Conclusão: estes resultados, pressupõem que, mesmo em uma população considerada saudável, a percepção da qualidade de vida, é uma variável importante para identificar possíveis fatores que possam prejudicar a integridade física ou mental de universitários. A insatisfação com o sono e irregularidade no apetite, podem afetar a percepção da qualidade de vida de forma negativa. O impacto das mudanças comportamentais adquiridas ao longo da vida acadêmica podem ser responsáveis por esta alteração.