Incidência de Esquistossomose Mansônica no Nordeste brasileiro, no período de 2013 a 2017

Abstract

RESUMO: A esquistossomose é uma doença infecciosa, inicialmente assintomática, que pode evoluir para formas clínicas extremamente graves e levar o paciente a óbito. Embora apresente uma redução nos indicadores de morbimortalidade, ainda é considerada um grave problema de saúde pública no nordeste do Brasil. O presente estudo visa analisar a ocorrência de Esquistossomose prevalente na região Nordeste, no período de 2013 a 2017. Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo, na qual foi realizada a partir da análise de dados secundários disponibilizados pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Destaca-se com maior ocorrência de casos da doença, os anos de 2014 (1419 casos), 2015 (1.483 casos) e 2017 (1.220 casos), enfatizando maior prevalência da doença nos estados da Bahia com 3.226 casos, Pernambuco com 1.442 e Sergipe 559 casos. Os dados indicam que 2.876 pacientes obtiveram a cura, 116 pessoas não se curaram e 256 pessoas evoluíram ao óbito. Houve maior ocorrência da doença em adultos, destacando-se principalmente as faixas etárias entre 20 e 59 anos. Quanto a zona residencial notificada pelo o SINAN, foi possível verificar que 3.926 pessoas infectadas com a doença, residem na zona urbana, 2.099 na zona rural e 44 na área periurbana. Houve maior índice de casos positivo para Esquistossomose mansônica na zona urbana, com 61% dos casos. Os dados coletados indicam ocorrência endêmica de Esquistossomose no Nordeste brasileiro. Tornando-se indispensável medidas para prevenir o risco de contaminação da doença.
 PALAVRAS CHAVE: Epidemiologia, Saúde pública, Schistosoma mansoni.

Epidemiological analysis of Schistosomiasis Mansoni in Brazilian regions

“…According to Sobrinho et al (2020), the population aged 20 to 59 years are the most affected by schistosomiasis in the Northeast region. Thus, the infection can be directly associated with occupation, as it affects the financially active age group (Sobrinho et al, 2020).…”

“…According to Sobrinho et al (2020), the population aged 20 to 59 years are the most affected by schistosomiasis in the Northeast region. Thus, the infection can be directly associated with occupation, as it affects the financially active age group (Sobrinho et al, 2020). This finding corroborates the data found in this study, where the reported cases were mostly composed by people aging 20 to 39 years old.…”

Doenças infecciosas e parasitárias no contexto brasileiro

“…Quanto à zona de procedência, embora a esquistossomose ainda seja considerada endêmica em regiões rurais, devido à grande demanda de rios, lagos e açudes, a pesquisa mostrou que a maioria dos acometidos por esquistossomose residiam na zona urbana. O mesmo foi encontrado em uma pesquisa na região nordeste, no qual evidenciaram que 3.926 (61%) pessoas infectadas por S. mansoni, moravam na zona urbana (SOBRINHO et al, 2020).…”

Perfil epidemiológico dos casos notificados da esquistossomose mansoni ocorridos no Brasil

“…Os dados obtidos foram tabulados em gráficos e tabelas, e foram construídos para compilar as informações utilizando o software Microsoft Excel®, como desenvolvido por estudos semelhantes realizados por Araújo et. al (2019), Sobrinho, et al (2020) e Costa e Filho (2021). Em detrimento do presente estudo utilizar apenas dados secundários, não foi necessária a submissão para apreciação pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP).…”

“…A esquistossomose é uma das doenças parasitárias que mais afetam o homem, ocupando o segundo lugar, acometendo cerca de 240 milhões de indivíduos a nível global, sendo antecedida apenas pela malária, em relação a magnitude e repercussão como uma das principais doenças infecciosas do mundo (LoVerde, 2019;Soares, et al, 2019). A nível nacional, o Brasil apresentou nas regiões nordeste e sudeste entre 2013-2017, um total de 6399 e 21.464 casos respectivamente (Sobrinho, et al, 2020;Costa & Filho, 2021). É uma doença tropical, causada por vermes parasitas com ampla distribuição geográfica atingindo partes do Oriente Médio, América do Sul, Sudeste Asiático e, particularmente, a África Subsaariana (Mcmanus, et al, 2018).…”