Inclusão de alunos com deficiência em uma Universidade particular de Curitiba

Abstract

Discussões e questionamentos comprometidos com a democratização do ensino superior têm ocupado importante espaço nos debates educacionais, tanto para garantir o ingresso de pessoas em tal nível de ensino, quanto à melhoria da qualidade do mesmo. Objetivo: descrever e analisar as diretrizes e ações que direcionam o Programa Incluir e a Comissão de Educação Inclusiva de uma universidade privada de Curitiba, bem como a visão de alunos com deficiência acerca de sua experiência acadêmica, no tocante à infraestrutura, às relações interpessoais e aos aspectos pedagógicos pertinentes à sua formação. Método: estudo de caso do tipo qualitativo. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com a presidente da Comissão e 5 graduandos que se autodenominam deficientes. A análise dos dados baseou-se na análise de conteúdo. Os enunciados produzidos pelos participantes foram analisados a partir dos seguintes eixos temáticos: comissão de Educação Inclusiva; relações interpessoais e experiências pedagógicas e a visão dos alunos sobre mudanças necessárias. Resultado: Embora os estudantes possuam uma visão positiva sobre as atividades desenvolvidas pela comissão, fica evidenciado que a mesma tem uma ação restrita no que tange aos aspectos relacionais e pedagógicos da vivência acadêmica dos alunos. Conclusão: No que se refere à Comissão Inclusiva da universidade e ao Programa Incluir, ambos possuem objetivos focados no trabalho para questões funcionais de acessibilidade. Quanto aos aspectos pedagógicos e relacionais, seu alcance apresenta-se frágil. Sugere-se o implemento de estudos que analisem os aspectos singulares das pessoas com deficiência e os determinantes sociais e históricos que perpassam o sistema educacional brasileiro.

Accessibility of people with disabilities to higher education: social attitudes of students and professors of a higher education institution

“…Considering the values of scores that revealed predominance of favorable attitudes for inclusion, it may be assumed that this may be related to the presence and functioning of an Inclusive Education Committee, established since 2002 in this HEI 15 . This Commission includes the participation of two individuals with disability, who actively participate in programs directed to accessibility, promoting events such as lectures for students, professors and employees of the academic community.…”

Inclusão de Pessoas com Deficiência no Ensino Superior: Uma Revisão Integrativa

“…Alguns autores trazem, no corpo do seu texto, relatos de ingressantes com deficiência sobre a acessibilidade. [13][14][15] Um estudo explicita que as pessoas que solicitaram atendimento especial nas provas de ingresso foram atendidas cada uma em sua especificidade, não havendo maiores problemas na realização dos exames. 13 Dessa forma, pôde-se verificar que, em algumas instituições, os alunos com deficiência obtêm êxito ao solicitar atendimento especial, fator esse que auxilia diretamente o melhor acesso do indivíduo no Ensino Superior, visto que são disponibilizados recursos para que estes executem a prova de forma plural.…”

“…17 Ao relacionar a infraestrutura, em apenas uma universidade, os alunos estavam satisfeitos com os acessos arquitetônicos. 15 Já, nas demais, a barreira arquitetônica estava presente de forma expressiva.…”

“…Nas pesquisas utilizadas, alguns discentes relataram a falta de preparação dos docentes quanto à forma de abordá-los e de estratégias de ensino coerentes com suas necessidades educacionais especiais. 15 Neste contexto, ainda há a falta de profissionais que deveriam fazer esta intermediação entre o docente e o discente, como é o caso do tradutor-intérprete de Libras. Muitas vezes, o aluno, já matriculado, não tem o profissional para ajudá-lo, sendo necessário o uso da força da lei para tal.…”

“…19 Assim, também, outros apresentam os aspectos pedagógicos como fragilizados e chegaram a essa conclusão após verificar as respostas dos participantes. 15 Além disso, outros expressam a falta de disponibilidade e flexibilidade dos docentes ao se referir aos métodos avaliativos. 16…”