Este artigo apresenta os resultados de uma pesquisa interdisciplinar de análise de dados desenvolvida no IFRO, Campus Ji-Paraná, na qual objetivamos investigar as expectativas de futuro das gerações jovens e compará-las à média da população brasileira. Partimos de pesquisas que evidenciaram uma ruptura nas condições de vida no Brasil a partir da crise socioeconômica de 2014, o que gerou aumento das desigualdades sociais no país. Neste contexto, as gerações jovens apresentaram maior dificuldade de inserção no mercado de trabalho, além de aumento do índice de suicídio e doenças psicológicas, principalmente a partir da pandemia. Analisamos esta situação com dados de pesquisas de opinião do Datafolha, empregando análise descritiva para analisar a diferença entre expectativa de futuro pessoal e expectativa de futuro do Brasil durante a pandemia, classificando por faixa etária, e regressão polinomial, para verificar a tendência das perspectivas de futuro de 2002 a 2021. Os dados demonstram que as gerações mais jovens estavam mais pessimistas em relação ao futuro do Brasil, mas mais otimistas em relação ao seu futuro pessoal na pandemia, tendência oposta à observada em 2002. Concluímos que as gerações jovens apresentaram característica de dissociação entre expectativa de futuro pessoal e futuro coletivo, indício de uma possível fratura geracional.