A insuficiência istmocervical é caracterizada pela fraqueza cervical congênita ou adquirida, culminando com a incapacidade cervical de reter o feto, responsável por perdas gestacionais entre o segundo e terceiro trimestre de gestação. Objetivo: Analisar o perfil clínico-obstetríco e epidemiológico de gestantes submetidas ao procedimento de circlagem uterina em uma maternidade pública do Estado do Amapá e verificar as indicações de condutas obstétricas nessas gestantes com insuficiência istmocervical. Método: O estudo teve como amostra 32 procedimentos de pacientes gestantes que realizaram circlagem uterina no Hospital da Mulher Mãe Luzia entre janeiro de 2018 a maio de 2022. Optou-se por analisar todos os casos de gestantes submetidas a circlagem uterina obtidos pelo SIH/SUS, advindos da macrorregião Amapá para o Hospital da Mulher Mãe Luzia. Foi utilizada a estatística descritiva fazendo uso do desvio padrão como medida de dispersão e a média como medida de tendência central, com somatório variando entre 0-100 pontos fazendo a comparação dos dados epidemiológicos e clínicos abordados. Resultados: Em relação à idade, o intervalo de 30 a 39 anos representa 63%. No que se refere à escolaridade 63% possuem ensino fundamental, 69% recebem 01 até 02 salários-mínimos, 35% das gestantes tinham comprimento de colo uterino entre 20 a 21 mm, 65% realizaram a circlagem no período de 17 a 18 semanas de gestação. A técnica de circlagem utilizada em 100% do procedimento foi a de McDonald e 88% fizeram uso de progesterona via vaginal até 36 semanas e 06 dias de gestação. Em relação aos nascimentos da gestação atual, 94% dos partos foram a termo e 6% pré-termos. Conclusão: Este estudo confirmou que apesar dos riscos sofridos pelo feto, a circlagem uterina mostrou resultados satisfatórios, sendo indicada sua realização a partir do segundo trimestre de gestação, reduzindo partos pré-termos e o risco de mortes perinatais.