Introdução: O desenvolvimento motor do bebê acontece naturalmente com interação complexa do seu corpo, realizando tarefas em seu contexto. Quando este corpo sofre algum tipo de influência externa negativa, como o uso de drogas durante a gestação da sua mãe e ele se desenvolve em um ambiente diferente de sua casa, como em abrigos, questiona-se como está esse desenvolvimento motor. Objetivo: Avaliar o desenvolvimento motor de bebês moradores de abrigos assistenciais, filhos de usuárias de crack durante a gestação, verificar se existe associação de atraso motor nestes bebês, bem como, descrever o ambiente em que estavam inseridos. Métodos: Trata-se de um estudo transversal, com amostra por conveniência. Foram 29 bebês entre três e 16 meses. Eram 22 filhos de usuárias de crack durante a gestação (Grupo Crack) e sete cujas mães não fizeram uso da droga (Grupo Não-Crack), todos moradores de um abrigo específico. Para avaliar o desenvolvimento motor amplo foi utilizada a Alberta Infant Motor Scale (AIMS) e para a avaliação das oportunidades do ambiente domiciliar, foi utilizada a Affordances in the Home Environment for Motor Development – Infant Scale (AHEMD-IS). Resultados: Em 36,4% dos bebês do crack apresentaram atraso em seu desenvolvimento, 18,2% suspeita e a maioria era bebê típico (45,5%), portanto, não houve associação estatisticamente significativa de bebês crack com o atraso no desenvolvimento, tampouco com faixa etária e sexo. Conclusão: Os bebês do grupo Crack não eram mais atrasados do que o grupo Não-crack e as oportunidades do ambiente eram razoáveis para o desenvolvimento dos bebês.