A deformação permanente é um dos defeitos mais comuns que ocorrem em pavimentos asfálticos brasileiros, reduzindo o conforto ao rolamento, a segurança do usuário, e aumentando custos operacionais. O presente trabalho tem como objetivo principal investigar um trecho monitorado (300 metros) da BR-222, localizado no Estado do Ceará, e um trecho monitorado da BR-116, no Estado de São Paulo. Para tanto, verificou-se o comportamento das misturas asfálticas adotadas nessas rodovias, tanto em laboratório por meio dos ensaios uniaxial de carga repetida e <em>Triaxial Stress Sweep</em> (TSS), como em campo por meio da verificação do afundamento de trilha de roda. A mistura cearense foi dosada pelo método Marshall e foi utilizado o CAP 50/70 da Lubnor. A mistura paulista foi dosada pela metodologia Superpave e foi utilizado o CAP 30/45 da Replan. Os resultados apontam que, em campo, quatro meses após liberação do trecho, a mistura asfáltica do Ceará apresentou afundamentos de trilha de roda. Em laboratório, a mesma mistura também se mostrou frágil para os dois ensaios de deformação permanente analisados. A mistura asfáltica de São Paulo apresentou até abril de 2015 (período investigado), após 3,5 anos da execução, um bom desempenho em campo, sem afundamento de trilha de roda. Em laboratório, de acordo com o ensaio uniaxial de carga repetida essa mistura apresentou um <em>Flow Number</em> (FN) adequado para um tráfego pesado, na extensão em que é válida a aplicação dos limites sugeridos nacionalmente. Porém, no ensaio TSS, essa mistura não ultrapassou o ensaio de referência, impossibilitando a previsão da evolução dessa falha e sugerindo fragilidade quanto à deformação permanente, em desacordo com o resultado apresentado em campo até o momento.