RESUMOOBJETIVO. Verificar a acurácia da interleucina 6 (IL-6) e da proteína C reativa (PCR) para o diagnóstico de sepse tardia no recém-nascido (RN). MÉTODOS. Trata-se de estudo de coorte prospectivo com 43 RNs internados com suspeita de sepse tardia na UTIN. Foram dosados no dia da suspeita diagnóstica (dia 0) e nos dias 1, 3 e 7 de evolução os níveis séricos da IL-6 e da PCR e calculado o melhor valor de coorte para o diagnóstico de sepse. Também foram calculados os índices de sensibilidade (S), especificidade (E), valor preditivo positivo e negativo (VPP, VPN) para cada um dos testes, assim como para a combinação entre eles. RESULTADOS. Os níveis séricos da IL-6 e da PCR estiveram acima do ponto de coorte nos RN com sepse e com sepse presumível com diferenças significantes entre ambos os grupos, nos quais a única diferença foi hemocultura positiva no primeiro. Foi possível afastar esse diagnóstico em seis RNs. Para o diagnóstico de sepse, a IL-6 obteve os melhores índices no dia da suspeita diagnóstica, dia 0 (S: 88,9%, E: 80%, VPP: 76,2%, VPN: 90,9%), seguida da proteína C reativa (S: 94%, E: 78,3%, VPP: 77,3%, VPN: 94,7%) 24 horas após. A combinação dos dois (IL 6/PCR) mostrou-se mais adequada para o diagnóstico precoce no dia 0 e até 24 horas de evolução com S e VPN de 100%. CONCLUSÃO. A combinação de IL6/PCR apresentou acurácia para o diagnóstico de sepse. A evolução destes testes ao longo dos dias refletiu a evolução clínica dos RN.UNITERMOS: Recém-nascido. Sepse tardia. Diagnóstico. Interleucina-6. Proteína C reativa.
INTERLEUCINA
INTRODUÇÃOA sepse no recém-nascido (RN) continua sendo uma das principais causas de morbidade e mortalidade nessa faixa etária, não obstante os avanços nas medidas de suporte de vida, o uso de novos agentes antimicrobianos e a melhor identificação dos seus fatores de risco 1 . Como os sinais e sintomas clínicos de sepse são escassos e de difícil avaliação, devemos estar sempre atentos para esse diagnóstico, pois os RN acometidos, se não adequadamente tratados, podem ter uma evolução clínica fulminante, com choque séptico, coagulação intravascular disseminada e óbito, poucas horas após o início do quadro 2,3 . Aqueles que permanecem na terapia intensiva por longos períodos, submetidos à monitorização invasiva, são os mais susceptíveis a esta doença e costumam apresentar em média até três episódios de sepse durante sua internação 3 . Culturas de sangue, de urina, de fezes e de líquido cefalorraquidiano são realizadas com o objetivo de identificar o agente etiológico, porém a positividade não é de 100% e o diagnóstico rápido de infecção é prejudicado 1 . Assim sendo, o início e a continuação do tratamento de uma possível infecção bacteriana quase sempre são feitos empiricamente.A proteína C reativa (PCR) vem sendo utilizada como teste discriminativo de infecção bacteriana no RN. Esta proteína é um dos indicadores mais sensíveis de processos inflamatórios, sendo mais fidedigna do que a velocidade de sedimentação, pois eleva-se mais rapidamente e, uma vez controlada a doença, reto...