Myracrodruon urundeuva Fr. All. é uma árvore que pertence à família Anacardiaceae, conhecida popularmente como aroeira-do-sertão; possui potencial para utilização madeireira e medicinal, entretanto está ameaçada de extinção. Este trabalho objetivou estudar a calogênese da aroeira-do-sertão, bem como analisar bioquimicamente os calos produzidos, visando estudos posteriores em embriogênese somática. Explantes foliares foram inoculados em meio de cultura MS (MURASHIGE; SKOOG, 1962) suplementado com diferentes concentrações (0,0; 2,5; 5,0; 10,0 e 20,0 μM) de 2,4-D (2,4-diclorofenoxiacético), (0,0; 2,5 e 5,0 μM) CIN (cinetina) e (0,0; 0,34; 0,68 e 1,37 μM) glutamina. Para a curva de crescimento, pesou-se a massa fresca dos explantes com e sem calos até o 56º dia de cultivo, em intervalos de 7 dias. Foram determinados os açúcares redutores (AR), a sacarose e os açúcares solúveis totais (AST) em cada período da curva de crescimento. A utilização de 2,4-D é eficiente para a indução de calos em Myracrodruon urundeuva e a calogênese é potencializada com a combinação de 2,4-D, CIN e glutamina no meio nutritivo. A curva de crescimento dos calos de Myracrodruon urundeuva apresenta forma sigmoidal com cinco fases: lag, exponencial, linear, desaceleração e estacionária. O conteúdo de sacarose e AST apresentou comportamento distinto de acordo com as diferentes fases de crescimento dos calos, exibindo acúmulo de açúcares no período de preparação para o crescimento, degradação na fase exponencial e nova fase de acumulação nos estágios finais (desaceleração e estacionária). O conteúdo de AR, excetuando o dia “zero”, se manteve estável durante todos os períodos avaliados. Os calos de Myracrodruon urundeuva possuem potencial embriogênico, no entanto sugerem-se novos estudos para obtenção de embriões somáticos, bem como identificação do período em que os mesmos serão formados.