A manutenção dos animais em boa condição corporal é de grande importância para se alcançar altos índices reprodutivos, tanto à monta natural quanto frente às modernas biotecnologias da reprodução equina. A presente revisão de literatura teve como objetivo abordar a influência da condição corporal sobre a atividade reprodutiva de éguas, enfocando a atividade ovariana, o perfil endócrino, sendo dada ênfase à leptina, pois seus níveis estão diretamente relacionados à condição corporal e envolvidos no estímulo do eixo hipotálamo-hipófise-gônadas, e os índices de eficiência reprodutiva. Considerando uma escala de escore da condição corporal (1 a 9), éguas com escore > 5 são consideradas aptas a apresentarem índices de eficiência reprodutiva satisfatórios. Em síntese, a condição corporal exerce efeito sobre: a duração do anestro estacional e do período interovulatório, a secreção de IGF-1 e leptina, o número de ciclos/concepção, as taxas de prenhez, perda embrionária precoce e aborto.
SUMMARYKeeping animals in good body condition is of great importance to achieve high reproductive rates, both the natural mating as the face of modern biotechnologies equine reproduction. This literature review aimed to evaluate the influence of body condition on reproductive activity in mares, focusing on ovarian activity, the endocrine profile, with an emphasis on leptin, because their levels are directly related to body condition and involved in stimulating hypothalamic-pituitary -gonadal axis, and the indices of reproductive efficiency.Considering a range of body condition score (1-9), mares with scores >5 are considered able to submit satisfactory levels of reproductive efficiency. Additionally, the body condition has an effect on the duration of seasonal anestrus, the interovulatory period, the secretion of IGF-1 and leptin, the number of cycles/conception, the pregnancy rates, early embryonic loss and abortion.
INTRODUÇÃOEm um programa reprodutivo de equinos espera-se o nascimento de um potro saudável por égua, dentro do intervalo de um ano. Para isso, é necessário que se tenha éguas e garanhões de boa fertilidade, além de manejos reprodutivo, nutricional e sanitário adequados.Para a avaliação da fertilidade são adotados índices de eficiência reprodutiva, que refletem a fertilidade tanto individual como do plantel. Vários estudos vêm sendo realizados visando o aumento da eficiência reprodutiva das éguas, alguns deles com o uso de fármacos (Thompson e Witherspoon, 1974;Alcântara et al., 2005;Meyers-Brown et al., 2013) e de biotecnologias avançadas da reprodução equina (Coutinho da Silva et al., 2004;Meyers-Brown et al., 2011;Nagao et al., 2012