Este estudo transversal, de base populacional, tem como objetivo comparar o acesso dos portadores de deficiência auditiva incapacitante a serviços assistenciais e de prevenção com os ouvintes de Canoas, Rio Grande do Sul, Brasil. A amostra incluiu 1.842 pessoas com 15 anos ou mais, sendo a maioria mulheres (52,9%). A renda individual de dois salários mínimos ou mais foi a mais freqüente (42,7%). As pessoas com deficiência auditiva incapacitante tiveram 30% maior probabilidade de ter consultado nos dois meses anteriores à entrevista (RP = 1,3, IC95%: 1,10-1,51) e ter sido internado nos 12 meses anteriores à entrevista (RP = 2,1, IC95%: 1,42-3,14). Nas variáveis relativas à saúde mental, os deficientes auditivos tiveram 1,5 mais probabilidade de terem consultado para problemas de nervos (IC95%: 1,18-1,95) e 4,2 mais probabilidades de terem sido internados em hospital psiquiátrico que os ouvintes (IC95%: 2,17-8,16). Assim como encontrado na literatura, as mulheres deficientes auditivas realizaram menos auto-exame das mamas e exame citopatológico de colo uterino. Os dados encontrados indicam a necessidade de investir em educação em saúde e campanhas específicas para o grupo de pessoas investigado.