RESUMOObjetivo: analisar o desempenho de crianças e adolescentes na habilidade auditiva de ordenação temporal simples segundo as variáveis: idade, sexo, queixas e hipóteses diagnósticas fonoaudioló-gicas. Método: trata-se de 400 sujeitos, na faixa etária de 4 e 14 anos, avaliados no período 2006 a julho de 2010. Os instrumentos de coleta de dados foram anamnese e os testes de sequencialização de sons verbais (MSV) e não-verbais (MSNV). Para análise dos dados foi utilizado o programa SPSS versão 12, cálculo do risco relativo (RR) e o teste do qui-quadrado de Pearson. O nível de significância considerado foi de 5%. O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da instituição. Resultados: dos 400 pacientes, 262 (65,6%) do gênero masculino e 138 (34,5%) do gênero feminino. 138 pacientes (34,5%) apresentaram MSV alterado e 109 (27,5%) MSNV alterado. Não houve relação com significância estatística com a variável gênero. Ao associar os resultados dos testes MSV e MSNV à variável queixa fonoaudiológica, observou-se associação estatística nas queixas de fala, voz e leitura/escrita. Ao comparar os resultados dos testes aos da avaliação fonoaudiológica, obteve-se relação estatisticamente significante com alterações de fala, voz, leitura/escrita, consciência fonológica, funções e aspectos cognitivos da linguagem. Houve melhora estatisticamente significante no desempenho auditivo com o avanço da idade. Conclusão: o processamento auditivo temporal está envolvido na maioria das habilidades de comunicação, e sujeitos com alterações fonoaudiológicas possuem desempenhos inferiores quando comparados a sujeitos sem alterações.
DESCRITORES:Audição; Percepção Auditiva; Criança; Adolescente
Conflito de interesses: inexistenteprocessamento auditivo temporal estão incluídos: mascaramento, integração, ordenação e resolução temporais. A habilidade auditiva de ordenação temporal simples refere-se ao processamento de estímulos auditivos na sua ordem de ocorrência dos sons verbais e não verbais. Graças a esta habilidade, um indivíduo é capaz de discriminar a correta ordem de ocorrência dos sons, ou seja, o som é discriminado e ordenado 2,3 . Pereira (1993) 4 desenvolveu uma ferramenta simples e rápida para detectar desordens do processamento auditivo em crianças acima de três anos. O teste é composto pela avaliação da habilidade de localização sonora em cinco direções distintas, reflexo cócleo-palpebral, e teste de
INTRODUÇÃOO processamento auditivo temporal é o processamento do sinal acústico em função do tempo de recepção, auxiliando a detecção ou discriminação dos estímulos que são apresentados numa rápida sucessão de tempo 1,2 . Entre as habilidades relacionadas aos aspectos temporais da audição ou