Esses quatro anos de doutorado foram marcados por percursos, encontros e eventos significativos. Na Liberdade, percorri associações, condomínios, igrejas, imobiliárias, jornais, livrarias, mercearias, restaurantes, etc. e sempre contei com a boa acolhida das pessoas que trabalham no bairro. Os sete moradores com quem passeei no bairro também acolheram generosamente o projeto. Pegamos sol e chuva, subimos e descemos ruas, batemos perna para lá e para cá, enfrentamos calçadas apinhadas de gente. Apesar de todo esse trabalho, sempre se dispuseram a conversar. Na Vila Madalena, no Instituto Fonte, junto com Arley, Arnaldo, Eliane, Fernando, Flora, Gu, Lígia e Lúcia, enveredei na leitura do Fausto I, de Goethe. O grupo se reuniu durante dois anos em animados encontros. Percorri o Brasil em viagens para Belém, Recife, Botucatu e Florianópolis, onde tive a oportunidade de discutir meu trabalho e conhecer as pesquisas de outros colegas durante eventos da Associação Brasileira de Psicologia Social e da Sociedade Brasileira de Psicologia. Cheguei até a percorrer o exterior, em minhas peripécias turísticas pela Finlândia e Estônia. Mas em alguns momentos, não precisei viajar para tão longe, pois o exterior também chegava ao Brasil, como nas visitas de três professores estrangeiros à USP. Tive o privilégio de apresentar o meu trabalho e ouvir as considerações de Allan Kaplan, da África do Sul, Jacques Ibañez-Bueno, da França, e Paulo Renato Jesus, de Portugal. Na USP, certamente não faltaram perambulações. No Museu de Arqueologia e Etnologia, cursei a disciplina do professor José Roberto Pellini, que me permitiu compreender melhor o trabalho de Chris Tilley e o estudo da paisagem na arqueologia. No Laboratório de Imagem e Som em Antropologia, cursei a disciplina da professora Rose Satiko Gitirana Hikiji, que me abriu aos debates na antropologia visual. No Instituto de Psicologia, cursei disciplinas dos professores Lineu, Gustavo e Sandra, que me apresentaram tópicos importantes no estudo da imagem e no campo da psicologia socioambiental. Corri em diversos momentos até a Secretaria do Departamento de Psicologia Social. Lá contava com a gentil disposição de Rosangela e Nalva, atentas às minhas dúvidas sobre auxílios, prazos, qualificação e defesa. No Laboratório de Estudos em Psicologia da Arte, conheci as novas ideias e os projetos tão diversos de meus colegas Ricardo, Marcelo, Maíra, Lígia, Eliane, Daniel, Cérise e Cecília. No exame de qualificação, contei com a participação dos professores Júlio Suzuki e Michiko Okano, que me apontaram caminhos e referências importantes num momento em que o trabalho precisava renovar o fôlego. No doutorado, tive a oportunidade de reencontrar com o Arley, que fora meu colega na época do mestrado. Esse reencontro foi decisivo para a formação da tese. Arley foi um leitor muito atento, capaz de apontar direções insuspeitas por mim ou então retomar o valor de ideias que fraquejaram com o tempo em função de minha empolgação com uma referência nova. Durante esse caminho todo que percorremos juntos...