Inovação social: rumo a uma mudança experimental na política pública?

Abstract

Desde o início da década de 1990, o processo de privatização e de mercantilização da política pública conduziu à individualização e à fragmentação dos programas e serviços, mas também oportunizou o fortalecimento da estrutura da sociedade civil e a ampliação da sua capacidade de intervenção na realidade social. Inovação social e empreendedorismo social surgem como importantes fatores de renovação do Estado. A mudança na estrutura social passou a ser estudada pela Rede de Pesquisa Europeia (EMES) na perspectiva da emergência de um novo tipo de empreendedorismo social e empresa social. Há estudos que definem inovação social e empreendedorismo social como conceitos distintos, mas, neste artigo, os definiremos quase como sinônimos, na medida em que ambos combinam a criação de valor social com mudança e consideram a necessidade de integração entre processo e resultado. À luz desse referencial teórico, inovação social e empreendedorismo social na política pública relacionam-se intimamente com as estruturas democráticas e participativas de governo e emergem na intersecção entre o Estado, mercado e sociedade civil. Os países nórdicos apresentam uma trajetória mais consolidada de articulação do Estado com organizações da sociedade civil, mas, no Brasil, ela tem início a partir do final de década de 80, com a universalização e democratização da política pública. Isso conduziu a um conjunto significativo de experimentações de novos arranjos institucionais participativos e integrados a partir dos pressupostos de descentralização, controle social e participação da sociedade civil, os quais podem ser considerados como autênticos processos de inovação social.

Social economy and social enterprise: an emerging alternative to mainstream market economy?

“…Third sector distinguishes social entrepreneurship from CSR and other corporate strategies in the private commercial sector and from innovative public policies. Innovation is included in the definition to highlight the fact that social entrepreneurship is about developing a new approach to a social problem and not just about the ambition of forming an enterprise (Mulgan 2007, Phills, Deiglmeier and Miller 2008, Light 2008, Hulgård and Ferrarini 2010. Activities of social entrepreneurship often have an economic impact either on the communities that are involved in the activity or on the entrepreneurial organization itself.…”

“…Secondly, they have been the innovators in the generation of public services -the history of social enterprise and social entrepreneurship is full of such examples although more systematic research is needed (Borzaga 2011). Thirdly, organizations in the social economy teach people civility and to be responsible citizens and social entrepreneurs not only for themselves and their closest relatives but also for the larger community (Putnam 2000, Hulgård and Spear 2006, Hulgård 2007, Hulgård and Ferrarini 2010.…”

Dimensions of social innovation and the roles of organizational actor: the proposition of a framework

“…These concepts of social innovation integrate two perspectives: one focused on processes and one that focuses on results (Sharra & Nyssens, 2010;Hulgård & Ferrarini, 2010). The focus on process discusses inclusion, capacitation, and intense cooperation between the actors involved, as a way to obtain permanent and impactful social transformations that might represent changes in social rela tions and conditions (Lassance & Pedreira, 2004;André & Abreu, 2006;Big netti, 2011).…”

“…It presents itself as a new answer to an unsatisfying situation (Lévesque, 2002;Cloutier, 2003;Moulaert, Martinelli, Swyngedouw, & González, 2005;Farfus & Rocha, 2007;Mulgan, 2006;Assog ba, 2010;Sharra & Nyssens, 2010;Hulgård & Ferrarini, 2010), and aims at the welfare of individuals (Cloutier, 2003;André & Abreu, 2006;Pol & Ville, 2009) and collectivities through the satisfaction of needs (Cloutier, 2003;Farfus & Rocha, 2007;Murray, CaulierGrice, & Mulgan, 2010;Sharra & Nyssens, 2010;Bignetti, 2011), such as health, education, labor, leisure, transports and tourism.…”

“…In an approach that integrates those two perspectives, it is important to cover the combination of result (social objective) (Mulgan, 2006;Saucier et al 2006;Phills et al, 2008;Pol & Ville, 2009;Howaldt & Schwarz, 2010;Assogba, 2010) and process (emphasis on the participatory and collaborative nature of learn ing) (Nilsson, 2003;Lassance & Pedreira, 2004;André & Abreu, 2006;Klein, Tremblay, & Bussiéres, 2010;Young, 2011) to accurately define social innovation (Hulgård & Ferrarini, 2010). For this integrate approach, the product of social innovation cannot be isolated from the process or the way how innovation was organized and developed.…”