Introdução: O envelhecimento populacional tem acarretado grandes mudanças na incidência e prevalência de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) e dentre elas está a doença renal crônica (DRC), considerada atualmente um grande problema de saúde pública. Uma das terapêuticas utilizadas no tratamento da DRC em estágio final é a hemodiálise, que exige uma série de mudanças e adaptações na vida do paciente. O adoecimento para a família cuidadora configura-se como um momento doloroso e de difícil enfrentamento, no qual ela precisa de reorganizações e adaptações recorrentes. Regularmente, um familiar assume os cuidados e muitas vezes suas necessidades são negligenciadas ou não priorizadas. Desse modo, a psicologia como parte da equipe multiprofissional de assistência, tem o papel de promover espaços de acolhimento e cuidado ao cuidador. Objetivos: Descrever a experiência de uma sala de espera com familiares e cuidadores de pacientes da Unidade de Nefrologia do Hospital Universitário de Juiz de Fora (HU-UFJF/Ebserh). Relato de Experiência: A sala de espera aconteceu no período de setembro a dezembro de 2020 objetivando propiciar um espaço de acolhimento, apoio, troca de experiências e discussões de temas relevantes que perpassam o cuidar. As intervenções aconteceram quinzenalmente, com duração média de uma hora e foram conduzidas por duas psicólogas residentes. Os encontros contavam com a presença de em média cinco familiares e as temáticas foram propostas pelos próprios participantes. Foram realizados nove encontros com a discussão de temas como: resiliência, empatia, estilos de comunicação e conflitos familiares. Conclusão: A intervenção possibilitou um espaço de escuta, acolhimento, reflexão e troca de experiências, proporcionando a participação ativa desses cuidadores e a humanização do cuidado. Além disso, pode-se concluir que a sala de espera pode ser uma ferramenta potente a ser utilizada pelo psicólogo no contexto das doenças crônicas, principalmente no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).