A zona costeira do Brasil tem passado por mudanças geomorfológicas em função dos processos hidrodinâmicos, que aliados às mudanças climáticas e antrópicas podem causar problemas de erosão. O objetivo principal do presente estudo foi classificar a vulnerabilidade à erosão costeira do litoral do estado do Piauí, Brasil, considerando três intensidades: alta, média ou baixa. A metodologia consistiu no cálculo IVC (índice de vulnerabilidade costeira) através de uma fórmula analítica obtida pela média aritmética de três grupos de variáveis (indicadores de vulnerabilidade), sendo elas: mapeamento de variáveis in loco, variação da linha de costa e cálculo do NDVI (Normalized Difference Vegetation Index). O litoral do Piauí, que possui uma extensão total de 66 km foi dividido em quatro setores. Entre os resultados, o indicador mais observado in loco foram as obras de proteção costeira não estruturais e a destruição de estruturas artificiais. No que se refere ao NDVI, o setor I obteve uma classificação baixa, indicando uma menor presença de vegetação ao longo de 10 anos. Para a variável linha de costa, o setor II apresentou a maior taxa de progradação, com 65,3%, principalmente na praia das Eólicas; o setor III mostrou as maiores taxas de recuo, com erosão de 48%, acentuada na praia de Macapá; no setor IV foi identificado a maior estabilidade da linha de costa com 37%. Considerando os resultados do IVC, destaca-se que a vulnerabilidade à erosão no litoral piauiense foi considerada baixa, em 30,6% da extensão costeira, principalmente no setor I; média em 33,45% e alta em 31,44%, localizadas principalmente no setor III. Através dos resultados apresentados, esse estudo pode ser utilizado para aprimorar os planos de gerenciamento costeiro integrado.