“…como uma história da relação entre o ser humano (ocidental, vale dizer 8 ) e o ambiente que começa com a domesticação impositiva de parcelas do ambiente e da própria animalidade humana para a construção de uma cultura 'imunogênica' por meio de antropotécnicas seletivas (da antropogênese problemática delineada em "Domesticação do ser" às 'etnosferas' de "Esferas II"), passa pela construção de um aparato imunológico simbólico e metafísico, a "Orbe" [Kugel], para proteção psicopolítica de uma civilização em torno da ideia de Deus (por dois terços de "Esferas II") e termina com a implosão desse grande globo sob o peso de uma "tensão aporética entre a comunidade e a imunidade" (Wambacq;Tuinen, 2017, p. 3), quando a grande Orbe se dilui paulatinamente em uma espuma composta cujo elemento atômico, após o enfraquecimento do Welfare State como último resquício de macrosfera imunitária, é a "egosfera" , composta do humano e de seus complementos ciborgues (próteses, mas também eletroeletrônicos, aparatos virtuais etc.). A própria questão ecológica, e, mais especificamente, climática, é, para Sloterdijk, contemporânea a esse processo de implosão da velha Orbe metafísica.…”