de sinais, ainda destacam as autoras, é adquirida de modo fácil e rápido pelo surdo, fornecendo a ele a oportunidade de se comunicar, expressar e pensar.Nessa perspectiva Dorziat (1999) afirma que a Libras é a única forma para se comunicar em substituição à linguagem oral utilizada pelos ouvintes, porém, identifica como outras possíveis maneiras de estabelecer comunicação a oralidade, sinais, leitura labial, escrita, desenho, gestos, principalmente quando se trata da prática pedagógica. A autora refere que prover o surdo de uma comunicação total facilita a relação entre professor e aluno surdo. No entanto, considerar o sujeito surdo como pessoa surda e sua comunidade linguística, assegura que o bilinguismo de fato aconteça em sua comunidade.Em relação à dificuldade no processo inicial de aprendizagem do sujeito surdo, percebeu-se que a maioria dos participantes tiveram muitos problemas de comunicação com seus professores da educação infantil. Não se sentiam incluídos e não compreendiam nada do que era dito em sala de aula, segundo os participantes não havia um método visual para que pudessem compreender e participar das aulas como os ouvintes. A ausência do intérprete de libras dificultava muito o acesso à língua e as professoras tentavam sempre gesticular e oralizar para que pudessem ter o mínimo de acesso às informações.Não compreendia nada. Não me sentia incluída e não entendia o porquê de estar ali (Rosa).
Tive uma educação infantil normal e fui alfabetizada, pois nasci ouvinte (Dália).A professora ensinava igual para todos. Não utilizava nenhum método visual (Flora).Muito difícil, mas tive apoio da minha família em me matricular numa escola específica para surdos, só então fui alfabetizada na minha língua (Lis).Trocava todas as palavras, não entendia nada (Íris).Muitas vezes observa-se discursos sobre a educação infantil em relação à criança surda que não precisa ainda conhecer, nem ser fluente na língua de sinais ou necessitar de atividades muito elaboradas, uma vez que essa etapa será compreendida como uma etapa de pouca importância, pois, nessa visão, as crianças só precisavam brincar e ter os cuidados de higiene pessoal. Assim como para as demais crianças, o desenvolvimento nos primeiros anos de vida é fundamental para a criança surda para a constituição da linguagem, a qual estabelecerá as diversas ligações e ajustes afetivos emocionais e intelectuais.Quanto aos recursos e estratégias trabalhadas em sala de aula durante a Educação Infantil, as respostas foram unânimes. As professoras utilizavam das mesmas estratégias e recursos para todos, surdos e ouvintes, de modo geral, não havia preocupação ou até mesmo discernimento em tratar das atividades dos surdos de maneira diferenciada, pois não sabiam se comunicar em Libras. De acordo com os relatos sempre utilizavam da oralização como ferramenta de trabalho disponível. As participantes percebiam que as professoras Capítulo 113não se importavam em atender suas necessidades e não se colocavam no lugar do outro para a troca de conhecimento.A professora não usa...