A intercooperação pode ser considerada como um passo avançado do cooperativismo, uma vez que, uma cooperativa singular, quando associada a uma cooperativa central, demonstra como é possível cooperar com outras cooperativas para construir soluções estratégicas. Para este estudo, foram analisadas duas cooperativas agrícolas que encontram-se em uma relação de intercooperação. Juntas no exercício de 2018, empregaram mais de 16 mil colaboradores diretos e movimentaram, em termos de faturamento, aproximadamente 9 bilhões de reais, segundo seus relatórios gerenciais. Sendo assim, o presente estudo toma como objetivo compreender o processo de intercooperação entre uma cooperativa central e uma de suas associadas, descrevendo os benefícios, desafios e perspectivas envolvidos nesse processo. Para tanto, foram entrevistados dois executivos, um de cada cooperativa, e, os dados foram analisados qualitativamente por análise de conteúdo segundo os fatores dispostos no framework de Poyatos, Gámez e Hernández (2010). Os resultados indicam para uma relação virtuosa, com dificuldades relativas ao ambiente institucional, políticas de preços e tomada de decisão. Em linhas gerais o estudo confirma os achados de Poyatos, Gámez e Hernández (2010), com exceção para o fator que tangencia a qualificação dos gestores. Dentre outros achados, destaca-se o fortalecimento do espírito cooperativo, a competitividade e o desenvolvimento da região atendida pela cooperativa.