In 1955, the SPVEA launched the Primeiro Plano Quinquenal in response to growing international interest in Amazonia's resources and internal pressure to address the region's chronic underdevelopment. The Plano was the largest modernization plan attempted in Amazonia until then. It aimed at transforming the region's rich ecosystem into the driving force of Brazil's development as well as a major raw material provider for global markets. The article examines this neglected episode of Brazilian developmentalism as an important experience preparing the entrance of Brazil in the so-called Great Acceleration. The Plano established a rational method and constructed a technoscientific infrastructure that did not just organize the modernization of the region as a whole but formed an Anthropocene culture in Amazonia. Via their planned approach to the modernization of Amazonia, the SPVEA planners introduced new representations, demands, and expectations of the Thomas MOUGEY
376Varia Historia, Belo Horizonte, vol. 34, n. 65 region which encouraged the exploitation of its biological reality and linked it to the advancement of Brazil. Thus, the article explores, some specificities of the Great Acceleration in the Global South and sheds new light on the political and cultural origins of the Anthropocene in Brazil. Keywords Great Acceleration, science, Amazonia.Resumo Em 1955, a Superintendência do Plano para a Valorização Econômica da Amazônia (SPVEA) lançou o Primeiro Plano Quinquenal, em resposta ao crescente interesse internacional nos recursos da Amazônia e à pressão interna para tratar do crônico subdesenvolvimento da região. O documento, o maior plano de modernização elaborado para a Amazônia até aquela data, visava a transformar o rico ecossistema da região em uma força propulsora do desenvolvimento brasileiro, bem como fazer dessa região uma grande fornecedora de matéria-prima para os mercados globais. Este artigo propõe-se a estudar esse episódio negligenciado do desenvolvimentismo brasileiro como uma experiência importante na preparação da entrada do Brasil na chamada "Grande Aceleração". O Plano estabeleceu uma metodologia racional e construiu uma infraestrutura tecnocientífica que não apenas organizaram a modernização da região como um todo, mas formaram uma cultura antropocênica na Amazônia. Ao propor uma abordagem planejada da modernização da Amazônia, os burocratas da SPVEA introduziram novas representações, demandas e expectativas regionais que favoreceram a exploração daquela realidade biológica e vincularam a região ao progresso do país. Dessa forma, este artigo investiga algumas especificidades da Grande Aceleração no Sul Global, com o objetivo de contribuir para iluminar as origens políticas e culturais do Antropoceno no Brasil.