Os fenômenos do lazer e do turismo emergem como formas intensivas e contemporâneas de produção e consumo dos espaços, em que as cidades e, em particular, as suas áreas verdes e parques urbanos adquirem novas formas, funcionalidades e simbologias. Ao enfocar o turismo enquanto um fenômeno complexo, dinâmico e multidimensional se percebe como ele, para além de promover a requalificação e a valorização espacial e gerar oportunidades econômicas locais, cria ou amplifica tensões, disputas e contradições em torno do ambiente urbano e de suas áreas verdes. A partir desse entendimento, este trabalho tem como objetivo central compreender a associação entre os parques urbanos e as práticas de visitação, sobretudo as turísticas, no bojo da cidade atual - cidade esta que busca se nortear pelos pressupostos da sustentabilidade para se destacar na competição interurbana regional e global. Para tanto, tem-se um estudo teórico e exploratório, que faz uso de uma abordagem qualitativa, a partir do levantamento da literatura e da pesquisa bibliográfica, para o alcance de suas intenções. Parte-se de um viés histórico que busca retratar e refletir sobre as origens das áreas verdes e parques urbanos, da modernidade aos dias hodiernos, para então, compreender os papéis, os apelos, as intenções e os usos inerentes a esses espaços. Nesse contexto, insere-se o lazer e o turismo enquanto meios de produção e consumo contemporâneos que podem tanto agravar as problemáticas e os conflitos socioespaciais, como também oferecer usos mais conscientes e responsáveis quando vinculados a propostas que integrem as comunidades de entorno, visitantes e turistas. Por fim, traz-se à tona a importância do planejamento e da gestão das práticas de visitação nos parques urbanos, com a inclusão da educação ambiental, de meios interpretativos e medidas que ampliem a participação social e comunitária.