INTRODUÇÃOComunidade ribeirinha é aquela onde o rio é o principal referencial na organização de sua reprodução, constituindo-se dessa forma como o espaço das relações sociais que canalizam os fluxos de pessoas e informações, sendo também o principal espaço provedor de alimentos. Mas também é o espaço do simbólico de onde se originam seus mitos e crenças.(1) O cotidiano desse povo, seus costumes, seus modos alimentares e de higiene refletem diretamente na sua condição de saúde e bem-estar, expondo sua população às patologias da pobreza, sejam elas infecciosas ou não.As doenças infectoparasitárias têm um papel relevante para a saúde pública, sobretudo nas regiões tropicais e subtropicais. Os agravos relacionam-se, sobretudo, às precárias condições socioeconômicas associadas ao baixo nível de escolaridade e ao conhecimento das condições higiênicas e sanitárias da população.(2) Além disso, doenças crônicas degenerativas, como diabetes e hipertensão, revelam-se como fruto da má alimentação e da urbanização dos habitantes das comunidades ribeirinhas, que, no afã de fazerem parte da sociedade urbana, adotam hábitos pouco saudáveis, inerentes às grandes metrópoles.A Estratégia Saúde da Família (ESF) visa à reorganização da atenção básica no País, de acordo com os preceitos do Sistema Único de Saúde, e é tida pelo Ministério da Saúde e gestores estaduais e municipais como estraté-gia de expansão, qualificação e consolidação da atenção básica.(3) No entanto, sabe-se que a dificuldade de alcance da ESF é iminente e de grande abrangência, ficando, grande parte desse setor populacional desprovido de atenção