Objetivo: Identificar as evidências científicas sobre as repercussões da Violência do Parceiro Íntimo (VPI) na gravidez sobre a saúde da mulher e do feto. Método: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura. As buscas na literatura foram realizadas na Biblioteca Virtual de Saúde; Medline via Pubmed e Web of Science. Resultados: Foram incluídos 21 artigos. Os estudos demonstram que mulheres vítimas na gravidez apresentam maior vulnerabilidade a sofrimento psicológico, apresentando elevação nos níveis de estresse, tristeza, angústia, transtorno mental comum e ideação suicida. Elas são mais suscetíveis a baixa adesão ao pré-natal e a problemas ginecológicos e obstétricos, apresentando chances elevadas de infecção no trato urinário e vaginais, aumento do risco de internações pré-natais e maiores chances de evoluírem para morbidade materna aguda grave. Para a saúde do concepto, exposição a violência está relacionada a chance aumentada a ocorrência de aborto espontâneo, crescimento intrauterino restrito, parto prematuro, baixo peso ao nascer, morte perinatal, mortalidade infantil e na infância. Ainda foi demonstrado que a violência materna no período gestacional está associada a baixa adesão a imunização da criança, menor duração do aleitamento materno e com a necessidade de encaminhar a criança para o acompanhamento especializado para a triagem neonatal auditiva. Conclusão: O impacto da VPI em mulheres grávidas e em seus filhos evidencia a importância de uma maior atenção a essa problemática. No entanto, a desigualdade de gênero representa o cerne das possibilidades de romper o ciclo da VPI no período gestacional e suas consequências para saúde do binômio mãe-bebê.