Desde que comissões congressuais dos Estados Unidos da América avaliaram que parte das falhas da Inteligência nacional nos atentados terroristas de setembro de 2001 e na Guerra do Iraque de 2003 originaram-se na análise, o debate sobre erros analíticos advindos de vieses cognitivos e técnicas para mitigá-los vem crescendo significativamente. Vieses cognitivos são erros sistemáticos que ocorrem como uma estratégia de simplificação no processamento da informação e que se repetem de forma previsível em circunstâncias particulares. Na Atividade de Inteligência, essas estratégias mentais representam risco para uma exitosa análise de Inteligência. Profissionais de Inteligência são treinados a desenvolver capacidades variadas, mas, muitas vezes, não são ensinados a ter consciência de seus modelos mentais, a analisar seu próprio processamento de informações e a questionar seus pressupostos analíticos. Portanto, estão vulneráveis a cometer erros de análise oriundos de vieses cognitivos. O presente artigo objetiva discutir, de forma clara, prática e objetiva, o conceito de vieses cognitivos, apresentar os vieses cognitivos que mais afetam a Atividade de Inteligência e debater técnicas de análise estruturada, consideradas ferramentas que podem mitigar o impacto negativo dos vieses cognitivos na Inteligência.