“…O foregrounding diz respeito à deteção (explícita e implícita) da variedade de recursos estilísticos característicos do conjunto de códigos que, orgânica e unitariamente considerados, imprimem ao texto poético um caráter único (Grimes, 2000;Levinson, 2004;Perfect, 1999;Pierce, 2003;Strickland & Strickland, 1997;Van Peer, 2007). Entre esses recursos estilísticos, contam-se: o código fónico-rítmico, referente a padrões de som e entoação com a intenção de levar a escutar de um modo particular; o código métrico que organiza, de maneira peculiar, a forma do texto; o código estilístico que condensa comparações, metáforas, imagens e significados, envolvendo o entendimento, a fruição estética e apelando em simultâneo para o universo da emoção, dos sentimentos e da criatividade; o código técnico-compositivo que organiza e articula as macroestruturas formais e o conteúdo; e o código semântico-pragmático que, não sendo específico do texto poético, lhe imprime uma especial conotação plurissignificativa ou, no dizer de Graham, "uma representação multinivelada" (1997, p. 187).…”