IntroduçãoEm linhas gerais, entendemos o feminismo como um importante movimento que se volta contra as diversas formas de opressão que atribuem aos homens a hegemonia do poder. Se levarmos em conta que somos, mulheres e homens 1 , influenciados fortemente por "estruturas históricas de ordem masculina", há de se concordar que "incorporamos, sob forma de esquemas inconscientes de percepção" (Bourdieu 2003:13), essas mesmas estruturas, que reproduzimos, sucessivamente, ao longo de nossas existências. Nesse sentido, alimentamos, inconscientemente, uma hierarquia de predomínio masculino que se retroalimenta constantemente (Bourdieu 2003).Para Pierre Bourdieu, o imenso trabalho de reprodução da dominação masculina foi realizado por "por três instâncias principais, a família, a Igreja e a Escola", que agiram "sobre as estruturas inconscientes" (Ibid:103). Nesse artigo, nos interessam a Igreja Católica e sua configuração mariana, além dos desdobramentos nos grupos compostos de leigos, cuja grande maioria é formada por mulheres. O modelo feminino, inspirado E