O forame oval representa uma comunicação entre as câmaras cardíacas atriais do feto e este se fecha ao nascimento. Em algumas pessoas, no entanto, o mesmo permanece pérvio e favorece o desenvolvimento de acidente vascular isquêmico (AVE) criptogênico. Cabe salientar que a isquemia cerebral de causa desconhecida pode ocorrer em pacientes jovens e que não possuem fatores de risco, por isso é de extrema relevância que o forame oval patente seja incluído como hipótese etiológica, a fim de que o tratamento adequado seja instituído. O objetivo do artigo é relatar o caso de um paciente portador de forame oval patente que evoluiu com AVE isquêmico, correlacionando achados clínicos, métodos diagnósticos e conduta com dados da literatura. Paciente C.F.S., sexo masculino, 53 anos, sem comorbidades, apresentou déficit na acuidade visual associado à escotomas cintilantes bilateralmente e cefaleia bitemporal em aperto enquanto realizava atividades domésticas de baixo esforço. Foi admitido em setor de emergência e após a avaliação inicial, realizou-se ressonância magnética de crânio que comprovou AVE isquêmico. A ecocardiografia transesofágica confirmou o diagnóstico de forame oval patente. A conduta estabelecida foi o fechamento percutâneo transcateter eletivo com dispositivo de oclusão do forame oval. É de suma importância o avanço dos estudos do AVE criptogênico, uma vez que o manejo adequado pode interferir na sobrevida e qualidade de vida do paciente, ao evitar a progressão de sequelas ou um novo evento.