O propósito do estudo relatado nesta dissertação de mestrado foi o de descrever e discutir as representações de professores universitários acerca da escrita acadêmica de seus alunos, com foco no uso do recurso de "copiar e colar" (com ou sem a explicitação da fonte). O aparato teórico utilizado incluiu discussões sobre o conceito de letramento, segundo a perspectiva dos Novos Estudos do Letramento (LEA; STREET, 2006, dentre outros) e sobre a construção de identidades culturais em práticas envolvendo a leitura e a escrita de textos (VÓVIO, 2008;ZAVALA 2010).Também o conceito de plágio, entendido como uma prática situada sóciohistoricamente (SCHNEIDER, 1999), assim como as noções de autoria (CHARTIER, 1999) e de propriedade intelectual (BAZERMAN, 2010) são discutidas, considerando a necessidade de se atentar para o modo como esses constructos teóricos são redefinidos pelos novos valores evocados pela cibercultura (BRITO, 2012). A pesquisa aqui referida é de cunho qualitativo/interpretativista e se filia à corrente da Linguística Aplicada chamada de ideológica (MOITA LOPES, 2006). Os 10 participantes da pesquisa lecionam em instituições universitárias públicas ou privadas, na região sudeste do país. O corpus de análise foi gerado em entrevistas semiestruturadas (BONI, QUARESMA, 2005), que ocorreram de três maneiras distintas: a) pessoalmente; b) em troca de e-mails ou c) por chat em rede social. Os resultados obtidos por meio das análises dos registros gerados sugerem, entre outras questões, não haver consenso, nas representações dos participantes, quanto ao plágio ser, ou não, uma estratégia produtiva utilizada pelo aluno para tentar lidar com suas dificuldades em relação à escrita na universidade. A expectativa é que este trabalho forneça, aos responsáveis pela elaboração de currículos para o Ensino Superior, subsídios que possam ajudá-los a encontrar maneiras de efetivamente promover a aquisição dos letramentos acadêmicos.