Juriti: uma comunidade amazônica atingida pela mineração

Abstract

Este artigo analisa a organização econômica do território de Juruti a partir da instalação de um grande projeto minerador e o impacto causado numa cidade ribeirinha, Juruti-Pará. Demonstra a mudança de funcionalidade das atividades econômicas a partir da exploração da bauxita por uma grande empresa internacional segundo o modelo de produção vigente na região Amazônica. Modelo este que gerou e gera mais pobreza do que multiplicou e multiplica a riqueza de seus habitantes, aumentando o desequilíbrio entre os municípios que não possuem grandes projetos mineradores em seus territórios.

Racionalidade Etno-Socioambiental: Uma Matriz Proposta Ao Controle Ambiental Da Atividade De Mineração Na Amazônia

“…A figura do conselho local não está prevista nas normativas ambientais vigentes no Brasil. No entanto, iniciativas empresariais na Amazônia, como "Juruti Sustentável", praticada pela empresa ALCOA na mina de bauxita (região Oeste do Pará), são analisadas como espaços de mediação dos conflitos (CANTO, 2016;SILVA;SILVA, 2016). Na proposição que se apresenta, tal conselho deve servir como instrumento ao fortalecimento da governança socioambiental local, considerando a participação das comunidades tradicionais no planejamento das fases operacionais da mineração (COSTANZA, 2016;DUE KADENIC, 2015;NAVA, 2019).…”

“…Dentre esses merecem destaque os do setor da mineração que, em sua maioria, por causa da exploração predatória dos recursos naturais, resultam na contaminação dos mananciais hídricos, agravada por práticas de desmatamento ilegais. No meio social, provocam a geração de fluxos populacionais migratórios que resultam em crescimento desordenado dos aglomerados urbanos (CANTO, 2016;CASTRO;CARMO, 2019;MALHEIRO, 2020;SILVA;SILVA, 2016;VÁZQUEZ et al, 2017).…”