Passaram-se treze anos desde que a Tempo Social dedicou um primeiro Dossiê a estudos que mobilizavam as ferramentas e as tradições analíticas das ciências sociais para compreender fenômenos econômicos. Dois mil e quatro foi um importante ano para a construção da sociologia econômica no Brasil. Naquele momento, e sob inspiração da literatura que nos chegava dos Estados Unidos, da França e, em menor medida, do Reino Unido, já havia no Brasil um movimento de rearticulação de pesquisadores que se dedicavam a temas como desenvolvimento econômico, trabalho e empresários em torno da rubrica sociologia econômica. Não sem razão, portanto, a publicação do Dossiê coincidiu, no mesmo ano de 2004, com a proposição do primeiro grupo de trabalho reunindo parcela importante desses pesquisadores no âmbito do principal fórum de cientistas sociais no Brasil, o Encontro Anual da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (Anpocs). Mas 2004 foi igualmente especial na difusão da assim chamada "nova sociologia econômica" em escala internacional. Naquele ano finalizaram-se os trabalhos de preparação da segunda (e marcante) edição do Handbook of economic sociology, organizado por Smelser e Swedberg (2005), reunindo uma plêiade de intelectuais atentos ao campo. Parte do argumento contido na nova introdução a esse volume, preparada por Swedberg, seria de algum modo antecipada em seu texto que a Tempo Social divulgou no Dossiê que veio à luz no volume 16, número 2.É certo que o projeto de um conhecimento sociológico sobre as práticas e conhecimentos econômicos é quase tão antigo quanto a sociologia mesma. Tanto Durkheim