INTRODUÇÃODor, segundo a IASP-International Association for the Study of Pain-é uma experiência sensorial e emocional desagradável associada com atual ou potencial dano tissular ou descrita em termos de tal dano. A dor crônica frequentemente causa prejuízo funcional e incapacidade, estresse psicológico, ansiedade, depressão e privação de sono; atrapalha atividades de vida diária e relacionamentos pessoais. Apesar de ser essencialmente uma sensação, a dor tem componentes fortes cognitivos emocionais; está ligada a sofrimento. Dor é a principal causa de incapacidade a longo prazo e de perda de dias de trabalho. Pesquisa de 2010 demonstrou que 19% dos adultos nos Estados Unidos reportam constante ou frequente dor persistindo por pelo menos 3 meses.
DEFINIÇÃOA síndrome da fibromialgia (FM) é uma condição clínica caracterizada por dor crônica generalizada geralmente associada a fadiga, distúrbios do sono e sintomas cognitivos. A fibromialgia é provavelmente a síndrome dolorosa central mais amplamente descrita. Sua prevalência é alta e no Brasil é estimada em 2,5%.
FISIOPATOLOGIAA sensibilização central pode ser definida como uma resposta anormal do sistema nervoso central a estímulos periféricos, devido a hiperexcitabilidade neuronal no corno dorsal da medula espinhal e aumento da atividade neuronal espontânea (fenômeno Wind-up), além de aumento do estímulo transmitido por fibras aferentes primárias de pequeno e grande calibre (devido a ativação de uma variedade de nociceptores periféricos na presença de mediadores inflamatórios como bradicinina, serotonina, histamina, prostaglandinas e substância P). Esses eventos inapropriadamente anômalos levam a percepção dolorosa exagerada de um estímulo nociceptivo, como toque ou pressão (isto é, hiperalgesia). O fenômeno wind-up, que progressivamente aumenta a resposta dos neurônios secundários (após repetida estimulação das fibras C) é mediado por NMDA, cujos receptores são conhecidos como sendo estritamente relacionados a progressão para hiperexcitabilidade dos neurônios de segunda ordem. Não é claro se esse fenômeno é devido a sensibilização espinhal mantida pelo estímulo de impulsos tônicos dos tecidos, mecanismo facilitatório no cérebro ou um mecanismo anormal de facilitação descendente. A longo prazo esses fenômenos podem por si só levar a auto sustentação de sensibilização central sem precisar de estímulo.Finalmente, neurotransmissores, citocinas e quimiocinas podem também ativar células gliais e então contribuir para o aprimoramento secundário do fenômeno de sensibilização central.
PROTOCOLOS CLÍNICOS