“…O discurso capitalista, por sua vez, diz que não há interdição, apenas impotência ou potência financeira -apenas se posso ou não posso pagar -, o que afeta relação dos sujeitos com o gozo, que passa a ser considerado como sempre possível. Num mundo sem sentido, apenas organizado pelo funcionamento, em que todo gozo é virtualmente possível mediante o poder financeiro, é evidente que a própria estrutura dos sintomas neuróticos é abalada: sem a autoridade que garantiria o sentido e, portanto, o suposto saber, e sem a interdição que organizaria o desejo, a estrutura de solução de compromisso que organiza o sintoma fica necessariamente comprometida (SAURET, 2008), mas não necessariamente invalidada, uma vez que outras formas de laço social continuam a existir.…”