“…O reconhecimento do potencial de aprendizagem da linguagem oral, quer no domínio da compreensão, quer no domínio da expressão, é bastante recente, estando, todavia, comprovado o seu contributo para a formação de um leitor competente, uma vez que, entre outras aportações, o vocabulário adquirido em contexto de aprendizagem das habilidades comunicativas orais é transferido para a leitura, assim como para a escrita (DE GRANDPRÉ;LAFONTAINE;PLESSIS-BÉLAIR, 2016). Contudo, no final do século XX, a evidência experimental (MORAIS, 1994;VELLUTINO et al, 1996;VELLUTINO, 1977;1987;STEGER;KANDEL, 1972) já mostrara que os leitores competentes não se diferenciam muito dos leitores menos proficientes quanto ao domínio de competências de natureza percetiva e motora, e que uma melhor facilidade em adquirir a competência da leitura, assim como a da escrita, deriva, essencialmente, de um maior ou menor domínio da linguagem oral, inserindo-se agora a perspectiva da aprendizagem da leitura no modelo psicolinguístico.…”